terça-feira, 17 de maio de 2011

parte 786

os peitos lhe doíam
eram mãos que lhe apertavam,
ou queria que fosse
quando abriu os olhos, chorou
onde iria dar aquela história nenhuma
até quando lhe doeria viver ou lhe emocionaria sobreviver?

seu José, do alto de seu balcão, avisou.
-Menina, quando você chegou, era a mais bela desse lugar. Você morreu. Ninguém te vê mais.

Acizentei-me, pensou. realmente as coisas não estavam fáceis.

A menina, nem tão menina assim, sentou e tomou num gole só seu último conhaque.
e
do copo vazio para o dia seguinte
os buracos da sua vida são bem maiores que os daquelas ruas

por mais um vez, perdeu os sentidos - deviam eram ir embora os sentimentos - desmaiou

lembrou dos sonhos, daqueles de quando era menina de verdade.
de viver dourado, de andar de salto e ter batom.
de conhecer amor

golfou e engoliu
não se sabe o que

viver apesar da vida
pesadelar, apesar dela

era preciso continuar