sábado, 27 de março de 2010

azul; dos pregos soltos

por vezes considero as cartas que não foram escritas
verbos que martelam seus azuis pregos soltos
cravados em minha cabeça moinho

os papeis se amontoaram alvos flocos de neve
e a incandescência indecente da lembrança do seu sexo em riste

E se fosse harmonia
se dois se tornassem um e aquelas tolas bobagens todas?
não existiram lágrimas ; Nem o pranto da solidão imperativa

noite dessas sonhei com castelos de grandes taças
líquidos de ebriedade
entornávamos jubilosos goles,
enquanto enunciava minha falsa asperez de carinhos

e o que se notava era a textura das coxas arrepiadas
a da grande caveira mexicana

me diziam maria louca

deparei-me com ângulos vazios
procurei abrigo em qualquer um dos cantos desesperados da sua casa

o azul
os pregos e
aquela sede