quarta-feira, 10 de julho de 2013

louise - parte 982

louise tentava continuar a caminhar. a distância lhe sorria sarcástica. amarga. trôpega. os olhos dos transeuntes a atacavam como dentes cegos. lhe arrancavam a roupa.
abaixava os olhos para não desviar.
o mais difícil é caminhar sem saber para onde voltar. o mais simples era saber que não precisaria voltar.
o fim. cristalino e mórbido. podre de velho.

o sangue que escorria pelo canto da boca era vitória. o liquido daquele monstro corcunda e impróprio. a lâmina insegura por onde ela quis se segurar.
depois de muito louise se viu livre
tirou as botas.
soltou os cabelos.
a rua.

dezenas olhavam Louise. que sorria. para o eterno