Uma pequena parte de mim sempre deseja ir
Cair de joelhos e pedir por minh’alma ralada
Cuidar daquele velho cachorro doente que uiva desespero
Penso em voltar a cantar
Salvo minha surdez, te vejo em sonhos rendados
De mãos dadas, por vezes esboçando sorrisos mornos
Eu te conto meus segredos,
E posso sentir seus dedos em meus lábios, grandes
Estávamos lambuzados
De pernas amarradas
Pelas cócegas dos seus longos cílios
Pelas penas ainda que de mortos gansos
Deveria ter percebido
A garrafa vazia feita testemunha
Quando juramos juntos naquela noite quente de outubro
Partiu-se e cortou meus tímpanos
Uma boa parte de mim não consegue
Estou de joelhos ralados com a alma caída
Os uivos são lobos famintos da minha mente
Estou rouca de procurar voltar